quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Mulheres Negras e as Artes Plásticas


"O Brasil foi o último país da América a assinar um tratado abolindo o trabalho escravo. Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel, filha de Dom Pedro 2, em sua terceira e última regência, sancionou a Lei Áurea, Lei Imperial número 3.353."


Resultado de imagem para foto da Princesa Isabel assinando a  abolição da escravatura

De lá para cá os afro descendentes lutam contra uma sociedade que continua discriminando-os. Minha intenção é fazer uma pequena ilustração sobre artistas femininas afrodescendentes. Fazendo pesquisas, encontrei um artigo sobre Edmonia Lewis no blog TNM - Todos Negros do Mundo, que foi a primeira escultora negra de renome.


"Nascida em 1844, filha da América, da África e do Haiti. Seu pai tinha origem haitiana africana, sua mãe tinha ascendência afro-americana. Ainda jovem, ficou órfã. Foi criada, junto ao meio-irmão mais velho, pelas tias maternas. Samuel, seu irmão, começou cedo o labor: aos 12."* 

Aos 15 anos, Lewis se matriculou na Oberlin College, instituição privada. A escola era uma das poucas a aceitar mulheres e negros. Na época, a escravidão ainda era legal. O aprendizado da aluna negra não durou muito. Diante de diversos fatos acusatórios, foi presa impedindo-a de concluir o curso. Sendo mais tarde absolvida e se mudou para Boston. Até que encontrou Edward A. Brackett, o homem que esculpia para abolicionistas como professor.

Cleópatra de Edmonia Lewis


Seus trabalhos homenageavam abolicionistas e heróis da guerra civil e também valorizavam suas origens com um estilo neoclássico, tornando-se uma figura conhecida no meio artístico. Mudou-se para Roma onde esculpiu ‘Cleópatra’, sua obra mais conhecida e faz parte do museu de arte americano de Smithsonian. Faleceu em Londres em 1907.



Pesquisando sobre artistas plásticas brasileiras encontrei no blog Negros Geniais, um artigo sobre a mineira Maria Auxiliadora.

Maria Auxiliadora nasceu em 1935, em Minas Gerais numa família com muitos irmãos, filhos de Dona Maria, uma bordadeira, dona-de-casa, escultora e pintora. Mais tarde a família mudou-se para São Paulo. Teve diversos trabalhos não muito valorizados pela sociedade da época e com uma saúde frágil decidiu se dedicar à pintura.

Conheceu então o físico e crítico de arte Mário Schemberg, que a apresentou ao cônsul dos EUA Alan Fisher que organizou, em 1971, com sucesso, uma exposição da artista na galeria USIS do Consulado, em São Paulo.


De sucesso passageiro, veio a falecer em 1974, vítima de um câncer generalizado.

"Três anos depois, a editora italiana Giulio Bolaffi publicou, numa edição com texto em quatro idiomas, o livro Maria Auxiliadora da Silva, com textos de Max Fourny, diretor do Museu de Arte Naïf de l’Ile, França; Emanuel von Lauenstein Massarani, adido cultural do Brasil na Suíça, que coloca a artista na fronteira entre a arte primitivista e a arte bruta, ou seja, aquela praticada fora do condicionamento cultural e do conformismo social; e Pietro Maria Bardi, então diretor do Museu de Arte de São Paulo."

(...) Seus temas retratavam "festas e colheitas, fogueiras de chamas dinâmicas em vermelho, laranja, amarelo e verde; e quadros em que as figuras humanas choram, seja vendo uma novela pela televisão na sala, em autorretratos ou em aulas de alfabetização noturnas para adultos, ela foi uma lutadora até o último momento."*



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Fontes:

Amanda Sthephanie
http://todosnegrosdomundo.com.br/conheca-a-primeira-escultora-negra-de-grande-renome-edmonia-lewis/

Rogério de Moura
http://negrosgeniais.blogspot.com/2014/07/maria-auxiliadora-da-silva-pintora.html




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